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Entrevista por Patrícia Domingues
Fotografia José Pereira
Styling Marta Mestre
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Os nomes podem ser ainda desconhecidos, já o talento é o mesmo que fez a indústria andar para a frente desde os primórdios. Na última edição da ModaLisboa lançámos o desafio global: procurávamos novos criativos a quem passar páginas em branco da SOLO. Igor, José, Margarida e Marta responderam ao repto com o que têm de melhor, a inovação, a coragem, a unicidade. Este é o resultado que dita o futuro. Estas são as imagens de quem sonha no agora.
Margarida Caldeira, makeup artist
O que te fez sentir atraída pela Moda em primeiro lugar? Enquanto artista, sinto-me em casa dentro da Arte. Acredito que o meu trabalho pertence à Moda e ao Cinema, e não tanto a todas as vertentes do mundo da maquilhagem, menos criativas, mais sociais. E isto sempre foi muito nítido para mim.
A criatividade sempre te surgiu de forma natural? Sempre. Sinto uma grande urgência em criar, acredito que isso seja o maior sintoma de ser artista.
Acreditas que ainda existe novidade na Moda? Sim. Acho que existem cada vez mais jovens artistas que se entregam completamente à experimentação e não colocam barreiras (ou deixam que lhas coloquem) na sua criação, e isso traz sempre algo de intrinsecamente novo. No entanto, tem de haver plataformas recetivas à experimentação, à irreverência, à rebeldia e ao rasgo.
Quando percebes que a ideia é a ideia certa? Não percebes. É isso que a Arte tem de bonito. Quanto mais errado, mais certo está. Se acharmos que encontrámos a ideia certa, é sinal que definitivamente podemos ir mais longe (ou mais dentro).
Quanto de ti está presente no teu trabalho? Idealmente tudo. No entanto, ainda estou a tentar identificar em mim o que sou, de facto, eu e o que é uma construção social do meu eu. Esta é a mais longa e interminável tarefa de todas.
O que queres mudar na indústria? Tenho receio desta pergunta. Em Portugal temos um longo e penoso caminho a percorrer, em toda a arte. A “To Do List” é demasiado extensa e séria para ser abordada em tão poucas linhas, a começar pela dignificação da profissão através de boas condições de trabalho e cachets justos. No entanto, acho que mais do que responder a esta pergunta, neste momento tento agir sobre ela, e tenho fé que seja aí que a mudança começa.
Pelo que gostavas de ser reconhecida? Pela identidade e especificidade do meu trabalho. Toda a minha família é dona de negócios por conta própria, nós somos lutadores inatos. Portanto, essa luta está sempre dentro e fora de mim, transpiro-a. O meu maior objetivo profissional seria encontrar a minha casa dentro da arte, e que todos os que trabalham comigo celebrassem a minha arte pelo que ela é e pelo que ela consegue ser, e não que tentassem mudar a sua mobília à força para caber dentro de um parâmetro qualquer.
Igor Vilar Canedo, hairstylist
O que te fez sentir-te atraído pela Moda em primeiro lugar? Quando comecei com o Portugal Fashion a intensidade do trabalho e a oportunidade de estar lado a lado com vários profissionais foi incrível.
A criatividade sempre te surgiu de forma natural? Nem sempre! Quando temos um bloqueio muitas vezes temos que desligar um pouco antes seguir em frente.
Acreditas que ainda existe novidade na Moda? Sim, claro! A Moda é muito abstrata ou não. Com isto temos sempre coisas novas para apresentar.
Quando percebes que a ideia é a ideia certa? Quando olhamos para o trabalho e sentimos felicidade daquilo que vemos.
Quanto de ti está presente no teu trabalho? 100%. Não sei fazer o contrário.
O que queres mudar na indústria? Se conseguisse mudava o Ego! Acho que é algo que impede novos talentos de entrarem ou aprenderem neste mundo.
Pelo que gostavas de ser reconhecido? Nesta etapa da minha carreira não consigo responder a esta pergunta, acho que estou demasiado focado a aproveitar o percurso e a aprendizagem.
José Pereira, fotógrafo
O que te fez sentir-te atraído pela Moda em primeiro lugar? A capacidade de caracterizar um indivíduo através do seu estilo, identificando correntes sociais, subculturas, culturas e expressão individual.
A criatividade sempre te surgiu de forma natural? A criatividade surge naturalmente, mas com disciplina é possível aprender a identificar como ela se manifesta e o que fazer com isso.
Acreditas que ainda existe novidade na Moda? A Moda, em si, é constante e dinâmica sempre estará a representar as nossas realidades sociais.
Quando percebes que a ideia é a ideia certa? Quando salto de emoção.
Quanto de ti está presente no teu trabalho? Sendo fotógrafo, sinto que tenho uma vantagem significativa sobre outros dirigentes no projeto, pois possuímos quase todo o controlo estético, o que significa que uma parte substancial de mim está sempre presente.
O que queres mudar na indústria? Gostaria de alterar os nossos conceitos de consumo, transformando a moda numa forma de caracterização duradoura em vez de efémera.
Pelo que gostavas de ser reconhecido? Pelo meu olhar.
Marta Mestre, stylist
O que te fez sentir-te atraída pela Moda em primeiro lugar? Desde muito cedo, encontrei na Moda um espaço de autoexpressão - um lugar único de infinitas realidades possíveis.
A criatividade sempre te surgiu de forma natural? Penso a criatividade como o resultado de uma disponibilidade e capacidade de estarmos atentos aos estímulos diários do quotidiano e da memória.
Acreditas que ainda existe novidade na Moda? Teremos sempre formas diferentes de comunicar e rececionar as mesmas ideias.
Quando percebes que a ideia é a ideia certa? Quando deixo de lhe fazer resistência, e a sinto como inevitável - como se ela sempre tivesse existido em mim.
Quanto de ti está presente no teu trabalho? Arrisco a dizer que, inevitavelmente, estou plenamente presente no meu trabalho, mas também aprendi com este projeto para a SOLO, que existe muita beleza num trabalho colaborativo de equipa onde, num jogo equilibrado de cedências, diferentes visões, experiências e linguagens se fundem naturalmente num resultado coerente, e consistente.
O que queres mudar na indústria? A Moda tem conseguido muita coisa, nomeadamente o combate a inúmeros preconceitos enraizados na nossa sociedade. Ainda há muito para fazer, e por isso, gostaria de ser mais um agente nesta luta contra o tratamento desigual, seja ele qual for.
Pelo que gostavas de ser reconhecida? Pelo meu trabalho.
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